Maria
“…um dia mandou um amor embora – disse-lhe que
saísse janela fora - um dia mandou embora um amor mau - no outro dia - pensou
se o amor teria mesmo que ser "bom" - um dia mandou um amor- mau -
embora e enrolou os polegares - desenrolou e voltou a enrolar - nem os
polegares lhe chegavam para avaliar a quantidade de - mau- amor - que
simplesmente mandou pela meia janela que deixou aberta…”
Mandou embora um amor mau, o do ex-marido que a
enganara e lhe mentira
Duvidou se o amor poderia ser bom, ao sentir-se tão
traída, julgou que todos os homens seriam iguais.
Pensou que nunca mais queria amar outro, sentir amor
por um homem.
Mas, pela meia janela que deixou aberta, entrou um
amor bom
Viu-o na atenção e cuidado que o Luís tinha com o filho,
em como não deixou que a decepção pelo abandono da mulher o amargurasse.
Viu-o no respeito e amizade que manteve com ela
quando passou a ex-mulher, deu-lhe a liberdade que ela exigia, preocupou-se em
que mantivesse alguma ligação com o filho,
Viu-o na forma como ele a todos tratava, na sua
delicadeza e dedicação
Homens e mulheres andam muitas vezes iludidos em
desencontros perdidos.
Ela com os pés bem assentes no chão, soube ver como
ele realmente era, alma gémea, na calma, na verdade, no coração,
Mas ai, não sabia se ele a via, se o cativava, o que
sentia.
Feliz apenas por o ver, por ouvir a sua voz,
partilhar o mesmo espaço, para duvidar depois na sua ausência, e querer apagar
a frágil esperança, - não te iludas Maria, ele não é para ti.
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