domingo, 24 de julho de 2016

Luzes de presença em jogo de sombras



Luzes de presença em jogo de sombras,
No silêncio meio quebrado pelos passos abafados de solas de borracha.
O som das campainhas substituído nos corredores pelas luzes vermelhas sobre a porta dos quartos.
Não se ouvem gritos.
Palavras, gemidos e medos estarão contidos nos quartos.
Durante o dia, além da luz, a agitação dos enfermeiros e auxiliares e das visitas.
Trazem remédios e refeições, vêm mudar a cama.
Chegam e partem as visitas.
Quando entram, respiram a preocupação com quem visitam,
Ao partir, retomam o contratempo das rotinas perturbadas,
 E levam também o desejo de sair com eles, dos que ficam.
Até que no dia da alta,
Após a saída,
Ainda que mais frágil, em convalescença,
Reduzidos os problemas do dia-a-dia, com o susto do internamento,
Se chega finalmente a casa,
Aí,
Em casa,
Reencontra-se a ordem do Universo
 E no olhar de quem se gosta, encontra-se o Natal.

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