Fica,
ela disse-lhe baixinho. Estavam os dois despidos e meio abraçados na noite da
sua aventura.
Poucos
minutos antes tinha-a seguido até ao quarto dela no hotel, o espelho do seu,
com um quadro diferente na parede oposta à cama.
Depois
de se terem conhecido no bar, tinham conversado, enquanto tomavam uma bebida, e
ela convidara-o para ver os postais do teatro onde tinha estado.
Quando
entraram, foi buscá-los. Ele olhou-os com pouca atenção, hesitante sobre se
estaria ali só por isso.
Então,
ela desapertou o vestido e deixou-o escorregar pelas longas pernas com as meias
pretas. Abraçou-a e beijaram-se. Demorou mais tempo a libertar-se da sua roupa
e caíram os dois sobre a cama. Tudo nela o excitava, o perfume e sabor da sua
pele, ela corresponder-lhe na vontade e no prazer.
Queria
ficar e ficou.
Adormeceu
abraçado ao calor dela, a ouvir a sua respiração.
Despertou-o
a luz da madrugada a marcar o travesseiro pela fresta da persiana mal fechada. Rapidamente
lembrou-se de onde estava e do avião que tinha de apanhar às sete. No seu
quarto teria tocado o despertador que não ouviu. Vestiu-se a correr. Ela
acordou com o movimento e olhou-o meio ensonada. Continuava linda. Disse-lhe
que tinha de ir já para o aeroporto mas guardou um minuto para se debruçar sobre
ela e beijá-la
“Vais
ligar-me?” Ela perguntou. Prometeu-lhe que sim e saiu.
No
quarto recolheu as suas coisas e ligou para a recepção para lhe chamarem um
táxi.
Estava
já no avião quando se apercebeu que não tinha o telefone dela, não se lembrava
do número do seu quarto e não sabia o seu nome.
Queria
cumprir a promessa e que ela fosse muito mais que uma aventura, mas não sabia
como.
Consolou-o
só um pouco pensar que ao menos, a memória fica.
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