Desisto!
Céus como te detesto.
Começamos por ser apenas amigos.
Contaste-me que estavas interessado na Rita.
Depois, como te decepcionaste quando soubeste que ela tinha
outro.
Assisti ao teu deslumbramento pela Joana.
Até a trocares pela Clara.
Ouvi-te desabafar quando a Clara te deixou.
Estive ao teu lado quando querias sair.
Apoiei-te em tudo quanto pedias ou eu me lembrava.
E tentei tanto que me visses, que reparasses em mim.
Para quê?
Para nada.
Tens o descaramento de me procurar com a grande notícia.
Convidas-me para o restaurante de que todos falam.
Crias a maior expectativa.
Avisas-me para me vestir bem
Combinas que nos encontramos lá.
Mas chegas atrasado.
Estás bem vestido, melhor do que o costume.
Seguimos os dois para a mesa reservada.
Pedes uma garrafa de champanhe francês.
Esperas que o empregado encha os flutes.
Anuncias que finalmente estás pronto para seguir com a vida.
Olhas-me de frente com um sorriso.
E deixas cair a bomba.
Estás de novo apaixonado.
Agora não é pela Rita, pela Joana ou pela Clara.
Quando te ouvi , tive de inventar uma desculpa e saí a correr.
Não quero mais falar contigo.
E é por isso que te escrevo esta carta.
Quando finalmente olhas para mim, não chegaste a ver-me.
Disseste que estás apaixonado por mim!
Gostava de ti porque não te tinha.
Se gostas de mim, não és quem eu pensava.
Não és como te via.
Não existe quem eu amava.
Assim desisto, nunca mais te quero ver.
Nenhum comentário:
Postar um comentário